*Este post representa a opinião de autor, que pode não ser a mesma opinião do Velocidade.org

E começou! “Fernando Alonso é um canalha”, “Este espanhol é desprezível”,”O Massa fez igual ao Barrichello”,”A Ferrari não presta”. Menos gente, bem menos. O que aconteceu hoje no circuito de Hockenheim nada mais é do que uma clara demonstração do modus-operandi que a Ferrari adota em toda sua história, onde entre vitórias e temporadas marcantes, existiram também polemicas e confusões em decorrência da política Ferrarista, que tem um lema bem definido e cristalino: “A Ferrari acima de tudo”.

Isso começou claramente em 2002 com o fatídico GP da Áustria, quando Barrichello deixou Schumacher ganhar nos últimos metros da corrida e houve muito apupo vindo de todos no meio da Formula 1, achando aquela atitude da equipe italiana um péssimo exemplo para o esporte a motor, o que de fato é. Mas a história não começou ai. Devemos dizer que começou bem  lá atrás, com os problemas nas disputas Alesi e Berger e Villeneuve pai e Pironi muito antes da era Schumacher.

Devemos lembrar que em 1999, quando houve a fratura de Schumacher em Silverstone em uma temporada que ele disputava o titulo com Mika Hakkinen corrida a corrida, a Ferrari não teve dúvida e deixou a disposição do seu teórico segundo piloto Eddie Irvine tudo para eles conseguirem o campeonato. O detalhe relevante para esta história foi no GP da Malásia, quando Schumacher voltava as pistas, onde o piloto alemão claramente deu a vitória a Irvine e deu uma chance para o Irlandês disputar o título com Hakkinen na última prova no Japão. Alguém acredita que Schumacher fez isso sem ter tido uma ordem de cima?

Ou seja, a Ferrari já tinha como padrão isso antes de 2002. Alias, em 2001, na mesma pista e com os mesmos personagens, houve uma ordem para inversão de posições, mas naquele ano Schumacher tomou a segunda posição de Barrichello nos metros finais. E mesmo com a restrição imposta pela FIA desde 2002, que é uma restrição para inglês ver, a Ferrari fez isso novamente.

A dupla Kimi Räikkönen e Felipe Massa tiveram que fazer isso pelo menos uma vez um com outro na disputa do titulo mundial de temporadas diferente. Massa cedeu a primeira posição em 2007 para Kimi conseguir ganhar o título, enquanto em 2008 foi a vez de Räikkönen fazer isso na China. Alguém dúvida da capacidade de Kimi por conta disso, ou de Massa pelo o que ocorreu em 2007?

Sinceramente, vejo uma certa espuma por conta deste caso. Primeiro, porque estão mirando o personagem errado. No caso da troca de posições, nem Massa, nem Alonso. A responsabilidade é da cúpula da equipe, que tem como nome principal Stefano Domenicalli, o homem que assumiu o lugar de Jean Todt como o homem das decisões polemicas. Massa e Alonso seriam os bispos no Xadrez, enquanto Domenicalli é a Rainha, sobre as ordens do rei Luca Di Montezemolo.

Assim como creio que seja precipitado misturar o “Isso é ridículo” disparado por Alonso em uma disputa legal por posição de ambos, em uma outra situação de corrida. Por sinal, aquela situação merece uma chamada da Ferrari, pois foi aquela frase misturada com o “sorry” soltado pelo engenheiro de Massa Rob Smedley que indicou claramente a a fraude esportiva. Porém, creio que Alonso deva ser punido mais pela atitude rude e imprudente contra o companheiro de equipe, que foi limpo na disputa.

Mas a Ferrari foi multada em 100 mil dólares e será julgada pelo Conselho Mundial, então está tudo resolvido, né? Não está. A Ferrari vai contra o esporte na sua essência por conta de vitórias de algum em detrimento da performance de outro. Nenhuma multa fará a Ferrari mudar. Nem mesmo a atitude de um Bispo, Cavalo ou Peão deste jogo de xadrez como são engenheiros, pilotos ou mecânicos. A exclusão da prova seria o mínimo, pois traria uma mancha irreparável na historia da scuderia, e que não seria limpa com meros troféus de primeiro lugar ou de temporadas. Pois existe uma palavras antes de Ferrari, mesmo se for pela ordem alfabética: esporte.

Quem não estiver de acordo, escreva sua opinião.



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